A região onde está localizada a cidade de Mirandópolis foi primitivamente habitada pelos índios Caiganges.
Por volta de 1921, o tropeiro ngelo Ribeiro Batista, já passava com seus comboios pela zona do espigão divisor das águas do Rio Tietê e do Rio Aguapeí, esse foi o homem que persuadiu Manoel Alvez de Athaíde a comprar de Manoel Bento da Cruz 50 alqueires na região onde hoje se ergue Mirandópolis e para cá se mudar no dia 3 de Agosto de 1922, deixando seu bairro de Córrego Grande, no município de Araraquara. Extasiado com as terras que comprara, começa logo as derrubadas.
Por volta de 1934, quando as pontas dos trilhos da Varante Araçatuba-Jupiá se achavam em Valparaíso, Manoel Alvez de Athaíde (há tempos já residente na região), o senador Rodolfo Miranda, Raul da Cunha Bueno, João Domingues de Souza, Francisco Batista da Rocha, Antonio Alvez e Delfino Silveira Pinto, levantaram, a 32Km de Valparaíso e a 94Km de Araçatuba no espigão de divisor do Rio Tietê e Aguapeí, as primeiras casas que deram origem ao povoado de São João da Saudade.
Dono de uma próspera povoação, Manoel Alvez de Athaíde esqueceu a sua situação de pequeno proprietário rural e passou a ser chamado de Coronel, possuidor de uma vasta fortuna e de um prestígio incalculável diante de seu povo.
Cuidava para que sua palavra tivesse força de lei, e não permitia uma simples festa sem seu expresso consentimento, não aceitava conselhos e não permitia assessores, as casas construídas só podiam ser habitadas depois de inauguradas por ele, com ruidosas noites de catira.
No mesmo ano de 1934, numa rústica capela, onde se localiza a praça municipal, a pedido de Manoel Alvez de Athaíde, foi realizada a primeira missa em solo mirandopolense, celebrada pelo Padre Mauro Eduardo, vigário de Valparaíso.
Seu fundador declarava então fundada a cidade de seus sonhos.
De 1934 a 1955, houveram muitas contradições em relação a data de fundação. Foi quando a Câmara Municipal acolheu o projeto do vereador Neif Mustafa e aprovou a lei 183, de 31 de Maio de 1955, que passou a considerar oficialmente o dia 24 de junho como dia da fundação de Mirandópolis.
Já castigado pelos anos, Athaíde perdera o antigo vigor e disposição para enfrentar as dificuldades surgidas.
Ao falecer em 1972, aos 86 anos, estava reduzido a mais completa pobreza, voltara à sua humildade de homem pobre, quase desconhecido na própria cidade que criara
Ainda em 1935, instalava-se no povoado, as primeiras indústrias madeireiras e inúmeras máquinas de arroz e café, aguardando o inicio da produção agrícola.
O progresso do povoado reclamava quase desde os primeiros passos a emancipação administrativa, ou seja, a sua elevação a categoria de vila com a criação do Distrito de Paz.
Foi o então prefeito de Araçatuba, Joaquim Ferraz que se encarregou de solicitar a Assembléia Legislativa a criação do distrito.
Criado oficialmente em 1937, o Distrito de Paz “Comandante Ãrbuesâ€, o nome devido a uma homenagem que a Assembléia Legislativa quis prestar ao Coronel Pedro Ãrbues, antigo comandante da força pública do Estado.
Manoel Alvez de Athaíde não foi consultado para a criação do distrito e nem ao menos em relação a mudança de nome.
Antes de se tornar Distrito de Paz Comandante Ãrbues, o povoado de São João da Saudade, já tinha passada a chamar Mirandópolis, em homenagem ao Senador Rodolfo Miranda, inclusive a já existente estação ferroviária também estava com este nome.
O Distrito de Comandante Àrbues foi oficialmente instalado no dia 22 de maio de 1937, foi também instalado o cartório de registro civil e empossado seu primeiro serventuário, Alcino Nogueira de Sylos, antigo servidor da Prefeitura Municipal de Araçatuba.
No dia 03 de Agosto de 1937, foi criada a subdelegacia, e nomeado seu primeiro subdelegado, José Ribeiro.
As divisas territoriais do novo distrito ultrapassavam o Rio Feio e Aguapeí, abrangendo terras dos atuais municípios de Irapuru e Flórida Paulista. Esse território foi criação daqueles municípios.
Muito trabalho e muita luta na criação do município de Mirandópolis, uma comissão formada por pessoas influentes da sociedade local teve que trabalhar bastante contra a oposição de Valparaíso, que iria perder parte de seu território e também contra Maria Trindade Cardoso de Melo Alvaz Otelo, propriedade de uma parte do patrimônio de Machado de Melo.
Maria de Melo pretendia que a sede do município a ser criado, fosse localizado em suas terras e alegando ser ali a segunda zona do Distrito de Paz Comandante Àrbues.
Residindo em São Paulo e com fácil acesso a junta revisora, devido a posição social e política de seus familiares, Maria Trindade só não conseguiu seu objetivo, devido à vigilância constante da Comissão de Mirandópolis, que foi obrigada a solicitar a vinda de um dos membros da junta para uma avaliação das condições das duas localidades.
Finalmente a junta de revisão do quadro territorial administrativo do Estado, aprovou o pedido da comissão, elevando o Distrito de Paz Comandante Àrbues à categoria de Município, com o nome de Mirandópolis.
Na época da criação do município, estávamos em pleno regime instituído pelo chamado Estado Novo, criado com o golpe de Getúlio Vargas, em consequência, os prefeitos eram nomeados pelos interventores federais no Estado e poder Legislativo Municipal.
A comissão de havia representado Mirandópolis, junto ao Governador do Estado, indicou o nome de Alcino Nogueira de Sylos para prefeito.
Mas a situação de Maria Trindade, junto aos órgãos do Palácio do Governo, conseguiu modificar essa nomeação, e o cargo de primeiro prefeito da nova cidade de Mirandópolis foi conferido a João Batista do Amaral, recebido com protesto pela comissão e população.
Mesmo assim, João Batista do Amaral tomou posse e se instalou solenemente no município no dia 1º de janeiro de 1945.
Nove meses depois, João Batista entrou em contato com o então dentista, Dr. Alcides Falleiros e o encarregou de entrar em contato com as pessoas mais representativas da cidade para a escolha de um substituto para seu cargo, pois entendera que a tarefa de governar com inteira oposição do povo era difícil.
O prefeito assinou seu pedido de renúncia no dia 15 de outubro, e no intervalo Federal no Estado, nomeou para o cargo, Manoel Frauzino Correa.
No ano de 1948, foram realizadas as primeiras eleições municipais, tendo sido eleito, Delmiro Luiz Rigolon, juntamente com a primeira Câmara Municipal.
No começo de seu mandato começou a tomar as primeiras providências para a criação da comarca. No final do mês de novembro de 1952, foi criada a comarca de Mirandópolis, em seguida nomeadas as autoridades judiciárias, Dr. Agnaldo dos Santos e João José Brandi Ramacioti, respectivamente Juiz de Direito e Promotor de Justiça.